Artigos | v. 3 n. 3 (2025)
Wanuska Portugal Iago Orleans Pinheiro Monteiro Giselda Bezerra Correia Neves Andriu dos Santos Catena Alexandre D'Lamara Maia de Medeiros Caio César da Silva Guedes Lucas Portela Silva
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Bacharelado em Enfermagem - UNIVERSO/PE
Especialização em Redes de Atenção à Saúde - FIOCRUZ/RJ
Mestrado em Tecnologias Energéticas e Nucleares - UFPE
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Doutor em Ciências.
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Doutora em Biologia aplicada à Saúde.
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Doutor em Biologia aplicada à Saúde.
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Doutor em Biotecnologia Industrial.
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Doutor em Biologia.
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Doutor em Inovação Terapêutica.
Publicado em maio 12, 2025
A revisão de literatura constitui uma etapa central e estruturante no desenvolvimento de pesquisas científicas, especialmente nas ciências da saúde, onde a complexidade dos fenômenos estudados demanda rigor metodológico, atualização contínua e fundamentação crítica. O presente artigo tem como objetivo evidenciar a importância da revisão de literatura para a consolidação do conhecimento científico, a prática baseada em evidências e a formulação de políticas públicas em saúde. A análise parte de uma fundamentação teórica que reconhece a revisão como instrumento de organização do saber, de identificação de lacunas e de orientação metodológica. São apresentados os principais tipos de revisão — narrativa, integrativa, sistemática, de escopo, rápida e overview — destacando suas características, objetivos e aplicabilidades. A diversidade dessas abordagens revela a sofisticação crescente da análise documental em saúde, sendo cada tipo indicado conforme o problema de pesquisa, o volume de evidências disponíveis e os recursos operacionais. Em especial, a revisão sistemática e a metanálise são destacadas como padrões metodológicos de excelência, amplamente utilizados na elaboração de guidelines por instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) e sociedades científicas nacionais e internacionais. A revisão também é fundamental para o fortalecimento da prática baseada em evidências, ao oferecer sínteses críticas e atualizadas que subsidiam decisões clínicas, formulação de diretrizes terapêuticas e implementação de políticas de saúde. Além disso, contribui significativamente para a inovação científica, ao evitar duplicidade de esforços e ao direcionar novas investigações a partir da sistematização de lacunas identificadas na literatura.
Contudo, a condução de revisões de literatura enfrenta desafios significativos. Entre os principais obstáculos, destacam-se o acesso restrito a bases bibliográficas especializadas, a presença de viés de publicação, a dificuldade na avaliação da qualidade metodológica dos estudos primários e a necessidade de capacitação técnica dos pesquisadores. Revisões mal elaboradas podem resultar em interpretações equivocadas, vieses de confirmação e conclusões frágeis, comprometendo tanto a validade científica quanto a aplicabilidade dos achados. Diante disso, reforça-se a importância da observância a diretrizes consolidadas, como o PRISMA, o manual da Cochrane Collaboration e os instrumentos do Joanna Briggs Institute (JBI), bem como o uso criterioso de estratégias de busca e análise crítica. Ademais, destaca-se a incorporação crescente de tecnologias digitais e ferramentas baseadas em inteligência artificial, que contribuem para a triagem, extração e síntese de dados, otimizando tempo e aumentando a precisão das revisões. Conclui-se que a revisão de literatura, quando conduzida com rigor metodológico e clareza analítica, representa uma prática científica indispensável para a produção de conhecimento confiável, para o aprimoramento da assistência em saúde e para a formulação de decisões sanitárias informadas, éticas e socialmente comprometidas.